Modernismo
O modernismo no Brasil começou oficialmente com a Semana de Arte Moderna em fevereiro de 1922 (nos dias 13, 15 e 17), com esse evento os artistas queriam chamar a atenção para a renovação artística que estava começando.
O modernismo se divide em três fases:
· 1ª Fase (1922 – 1930): foi a fase que definiu e implantou o movimento. É chamada de destruidora.
· 2ª Fase (1930 – 1945): constituída por diversos elementos da primeira geração, agora mais amadurecidos, que passam de “uma fase crítica a uma fase mais criadora” e por valores novos. É a fase da construção.
· 3ª Fase (1945 – hoje): fase de depuração, de acentuada preocupação formal. É chamada de pós-modernismo.
1ª Fase (1922 – 1930)
É chamada também de fase demolidora ou heroica (destruição e construção). Defendiam a reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais; defensores de uma visão nacionalista, porém crítica, da realidade brasileira.
Ocorre uma orgia intelectual, na qual obras, grupos, movimentos, revistas e manifestos são produzidos, há uma implementação definitiva do movimento modernista, marcando a maturidade e autonomia da literatura brasileira.
Os principais manifestos dessa época são: o “Manifesto Pau-Brasil”, o “Verde-Amarelismo”, a “Escola da Anta” e o “Manifesto da Antropofagia”.
· Manifesto Pau-Brasil: ele procurava “ver com olhos livres”, sem preconceitos, pregava a valorização da cultura brasileira como um todo, exaltava a poesia primitiva (com o intuito de voltar às origens) e dizia que fariam uma poesia de exportação (tão boa que a Europa iria querer ler, o motivo de ela ser tão boa, seria o uso da cultura nacional em seus textos).
· Verde-Amarelismo: é uma reação ao Pau-Brasil, demonstrava um nacionalismo ufanista (exagerado, cego) com inclinação para o nazi fascismo, apresentava xenofobia.
· Escola da Anta: nesse manifesto a anta e o índio tupi são os símbolos da nacionalidade primitiva.
· Manifesto da Antropofagia: prega a “devoração” da cultura estrangeira, ele queria pegar o que havia de melhor na cultura de outros países e juntar com a nacional; ele não negava a cultura estrangeira, mas também não a copiava ou imitava.
Autores
- Mário de Andrade: foi o “cabeça” da 1ª fase, ele deu substância teórica ao movimento. Em seu livro “Paulicéia Desvairada” (1922) escreveu o “Prefácio Interessantíssimo”, que é conhecido como o “manifesto modernista”. Mário soube conciliar as lições do passado e as conquistas do presente, tinha interesse pela música, folclore, antropologia, etnografia, psicologia, etc. Ele busca a destruição dos padrões literários vigentes (rupturas sintáticas, flashes cinematográficos, neologismos, fragmentação, elisão...)
Suas principais obras foram:
· Paulicéia Desvairada: primeiro livro de poemas do modernismo
· Macunaíma: escrito de maneira oral, como o povo fala, representante da Antropofagia. Para escrever esse livro, Mário viaja pelo Brasil e conhece o folclore nacional. Macunaíma é preguiçoso, mas esperto, tinha dois irmãos, e consegue o Muiraquitã (amuleto), que perde mais de uma vez; no livro, Macunaíma apronta altas confusões que até Deus duvida com o intuito de recuperar o amuleto! Representa uma nova forma de literatura.
· Amar, Verbo Intransitivo.
- Manuel Bandeira: esse autor procura o resgate do lirismo poético e é considerado o mestre do “verso livre” no Brasil. Os temas recorrentes em seus textos são: vida, morte, amar, erotismo, solidão, angústia existencial, cotidiano e infância. Paraíso sonhado/ Paraíso perdido. Ele tem a habilidade de extrair poesia das banalidades do cotidiano. É o “coração” da turminha modernista.
- Oswald de Andrade: ele é considerado as “mãos” do movimento modernista, coloca as ideias em prática. É um rapazinho debochado, irônico, crítico, nacionalista sem ser ufanista, faz contradições moderno-primitivas. Síntese, rupturas sintáticas e lógicas, imagens bruscas, fragmentação.
Principais obras:
· Pau-Brasil (poesia)
· Memórias Sentimentais de João Miramar
· Serafim Ponte Grande
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